Numa festa social, dois sujeitos conversam:
"- Olá, tudo bem?
- Sim, e vc, como vai?
- Vou bem. Me disseram que vc é músico?
- Sim.
- Nossa, e que instrumento vc toca?
- Toco ZABUMBA.
- E toca em quais orquestras?
- Na OSESP e na OSUSP.
- Que beleza, hein? Deve ser cansativo, não?
- É o trabalho, né?
- Realmente, admiro vcs músicos, grande profissão essa. Até queria que meu filho fizesse música, mas o garoto não tem jeito, insiste que quer ser médico ou advogado.
- Ah, hoje em dia é assim, a garotada não tem jeito. Mas, e vc, o que faz da vida?
- Eu sou médico.
- Jura? Mas como assim?
- Trabalho no Hospital das Clínicas.
- Clínicas..., não conheço. E faz o que lá?
- Sou cardiologista.
- Mas vc tem um emprego não tem?
- Então, trabalho no hospital.
- Nas horas vagas?
- Não. Esse é o meu emprego.
- Mas ganha pra isso?
- Ganho sim, dá pra viver.
- E vc não estudou? Não quis saber de faculdade?
- Estudei, fiz faculdade de medicina.
- Ah, é? Não sabia que tinha. Que interessante. Sabe, eu fui médico amador quando era jovem, uma vez fiz até uma operação num rapaz que tinha sido atropelado. Usei uma flanela de carro pra estancar o sangue e uma faca pra abrir a barriga do rapaz e parar a hemorragia. Eu até gostava, mas não levava muito jeito pra coisa. E ai minha mãe até disse: "Larga disso, garoto, vai estudar música".
- É..., queria ter tido uma mãe assim."
O engraçado é que o contrário não é ridículo.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluir"Perguntam a garota:
ResponderExcluir- querida, o que você faz para ganhar a vida?
-música
-...e mais o que?!"
Estereótipos de músicos
ResponderExcluirMaestro - Sujeito magro, porte austero. Veste-se muito bem, adoraria usar
roupas mais confortáveis, mas a imagem não permite. Oculos é obrigatório.
Careca (ou quase). Um cara normalmente chato, aquele que só é convidado
para o 'choppinho de depois do concerto' por obrigação. Olha a todos de
cima, mas adoraria ser popular. Suas piadas não têm graça nenhuma, mas
todos riem. Em suma, é o idolo do violinista, mas, no fundo
no fundo, admira o trompetista. Carro preto ou prateado do ano.
Oboísta - Todo oboísta queria ser maestro, mas a timidez o impede. Sempre
muito reservado, necessita ter tudo sob controle. Perfeccionista por
natureza.
Dedos finos e cabelo sempre bem alinhado. Fica sempre meia hora depois do
ensaio, limpando o instrumento. Vai à manicure, mas é segredo! Seu
momento de glória é dar o Lá para afinar a orquestra.
Violinista - Alto, sempre com um pinta de importante. Adoraria ser
maestro, mas acha uma posição muito inferior ao seu talento. Considera-se
o mais importante da orquestra e tudo que diz reforça essa tese. Antes do
ensaio, toca sempre partes do concerto de Brahms, para impressionar os
outros violinistas. Quando o maestro chama a atenção de outro naipe, o
violinista sempre dá um sorriso sarcástico, quase
imperceptível. Sai de cada ensaio com o orgulho de 'dever cumprido' e vai
para casa - um apartamento minúsculo -, onde uma foto da mãe está acima
do espelho gigante na sala.
Violoncelista - É um cara legal. Um amigo para toda hora, mas muito
fofoqueiro. Sabe da vida de todos da orquestra. Adora tocar solos de
violino nos harmonicos só para irritar os violinistas. Loiro, o cellista
é mais charmoso do que bonito. Acha-se um
privilegiado por não ter que levantar no final do concerto e é vaidoso.
Violista - É o coitado da orquestra. Introvertido, olhar triste. O
maestro nunca lhe
chama a atenção: afinal a parte a viola não tem importância mesmo.
Começou na música com sonhos ambiciosos de ser um violinista de sucesso,
mas por falta de talento ou estudo trocou para a viola e, desde então, é
um frustrado. Juntamente com o pianista
acompanhador, é um suicida em potencial, mas sem coragem para o ato.
Carrega sempre o estojo surrado com a viola e sempre responde com um
sorriso amarelo a pergunta 'você toca violino?'. Um segredo: todo
violista tem um bom coração, mas ninguém percebe.
Contrabaixista - Baixinho e temperamental. Escolheu o contrabaixo para
'impor respeito', mas o tiro saiu pela culatra. Estuda somente nos
ensaios, a não ser que tenha que tocar uma peça barroca, onde é o único a
tocar o baixo. Acha-se importante por sustentar toda a orquestra, mas na
verdade sabe que ninguém o ouve. Sempre com camisa branca e cabelo curto.
Toca baixo elétrico secretamente.
Violonista - O melhor amigo de todo mundo. Companhia perfeita para o
choppinho da tarde. Rabo de cavalo e óculos escuros são pré- requisitos.
Relaxado e 'eclético', mas odeia ser chamado de guitarrista. Tem vários
amigos e várias namoradas. Jura que toca
um instrumento clássico, mas não hesita em aceitar fazer 'cachê' em
barzinho de bossa nova. Passat velho ou bicicleta.
Pianista acompanhador - Olhar cabisbaixo, terno preto e surrado. Cabelos
castanhos e despenteados. Carrega sempre uma pastinha com partituras.
Odeia cantores, afinal 'Não sabem contar'. Autoestima em baixa, é um
suicida em potencial. Jura que nunca mais
vai aceitar tocar 'em cima da hora', mas sempre aceita uma emergência.
Vive com a esperança de que alguém finalmente reconheça seu trabalho duro
- o que nunca
acontece.
Pianista solista - Cabelo preto e curto. Sempre ocupado porque precisa
'estudar'. Nunca vai a festas, e, quando aparece, vem sozinho e sai mais
cedo. Quando olhamos em seus olhos, nunca sabemos o que está se passando
pela sua cabeça. Tem um papo agradável, mas é um alienado em relação a
assuntos extra-musicais. Adora comparar gravações de outros pianistas.
Tem sempre uma ou duas cantoras apaixonadas por ele, mas está sempre
muito ocupado para relacionamentos. Admirado pelos violinistas, acha
tocar música de câmara uma perda de tempo.
Organista - Cabelos completamente desalinhados, barba por fazer ou mulher
sempre desalinhada, Sempre correndo de um lado a outro carragando dezenas
de partituras fora de ordem. Vive num mundo à parte. Óculos somente para
leitura. Roupas amassadas e surradas. Um desavisado diria que é um
professor de química ou um gênio incompreendido. Odeia pianistas.
Solitário, mas fala pelos cotovelos, quando o assunto é dedilhado ou
afinação da Renascenca.
'Deus é Buxtehude, Bach já foi prostituído pelos pianistas.'
Harpista - Mulher, magra, e bem branca, com cabelos desalinhados. Muito
tímida, nunca é vista entrando ou saindo dos ensaios, mas está sempre lá.
Usa sempre vestidos compridos e meio 'fora de moda', mas tem um sorriso
simpático. Seu carro tem vários
adesivos com harpas por todo lado. Adora chat rooms. Ninguém conhece seu
namorado, mas ele está sempre por perto para colocar a harpa no carro
depois do concerto.
Trombonista - Cabelo castanho e um pouco acima do peso. Sempre com uma
piada na ponta da língua, o trombonista adora churrasco e a companhia de
amigos. Adora Mahler, acha Beethoven meio devagar e morre de medo do
Bolero de Ravel. Tem pelo menos um cachorro
em casa e sempre que pode coloca um glissando só pra 'dar um toque
especial'.
Trompetista - Adora sair para tomar cerveja com os amigos. Chega sempre
atrasado no ensaio, mas nunca ninguém percebe. Os churrascos são sempre
na sua casa. Se o maestro não está presente, fica sempre tocando a nota
mais aguda possível para se mostrar. Tem os lábios rachados e usa isso
para paquerar. Está sempre andando pelos bastidores fazendo
'prrrrrrrrrft' com seu bocal.
Soprano - Gorda e metida não são adjetivos educados para se caracterizar
uma soprano. Elas são avantajadas fisicamente e temperamentais. Têm que
ser o centro das atenções - no palco e fora do palco. São invejadas pelas
contraltos e adoram isso. São amantes
excelentes, péssimas esposas. Se vestem com roupas chamativas, adoram
chapéus. Preferem champagne ao vinho e não sabem ler partitura: afinal
aprendem tudo com o 'ouvido maravilhosos que Deus lhe deu'. Andam sempre
acompanhadas de seu pianista-acompanhador preferido, que chamam de
'maestro'.
Tenor - Bem apessoado, jovem, bonito, charmoso e gay. Anda sempre com
roupas modernas e na moda. Tem várias amigas e quer sempre 'viver o
momento'. Tenta sempre parecer alegre e de bem com a vida, mas, se está
de mau humor, faz questão de anunciar para todo mundo. Não toma sorvete,
porque tem que 'preservar a voz', mas fala sempre alto para ser ouvido do
outro lado do bar. Malha regularmente, vai ao cabeleireiro e
flerta com quem passar na frente.
Contralto - Morena e muito alta. Não é muito bonita, mas se veste bem.
Não gosta de sopranos, mas sua 'melhor amiga' é uma. Gosta muito de
flores e usa um perfume forte, mas agradável. Meio desajeitada quando
anda. Odeia saladas, mas está sempre cuidando
do peso.
Baixo - Alto, cabelo preto e parrudo. Ninguém sabe o que está se passando
na cabeça de um baixo - se é que alguma coisa existe atrás daquele olhar
perdido. Meio devagar, para falar a verdade. Quer sempre ajudar o
próximo, mesmo que isso atrapalhe sua vida pessoal. Suas meias nunca
combinam, mas adora fazer papel de 'vilão bem vestido' nas óperas. Come
de boca aberta.
Fagotista - Magro, cabelo encaracolado. É o típico sujeito normal.
Curioso por natureza. Sempre simpático e atencioso. Também é muito
misterioso: nunca ninguém foi à casa de um fagotista. Somente os outros
sopros sabe o nome dele. Dedos longos e
mãos finas. Lembra Sherlock Holmes no jeito de andar.
Tubista - Sujeito acima do peso, loiro e com cabelo encaracolado. Pele
oleosa e bochechas vermelhas, sua feito um porco quando toca. Ri de tudo,
mas raramente entende uma piada. Gosta de comer bastante e não tem
namorada.
Flautista - É o violinista das madeiras, mas não tão metido. É
perfeccionista, mas sabe que o mundo não é perfeito. Adora Debussy e fica
horas ouvindo suas proprias gravações. Enxerido, dá palpite até no
dedilhado do trompista. Vive num mundo à parte
e cuida da flauta como se fosse sua filha. É o único que não acha o som
do piccolo irritante.
Clarinetista - É um cara engracado. Veste-se bem, mas não é vaidoso. Pode
ser loiro ou moreno. Toca com as sobrancelhas e é mais esperto do que
inteligente. Adora ficar chupando a palheta enquanto não toca, mas, se
desafina, joga a palheta fora. Não
agüenta mais tocar o início da Rapsody in Blue para os outros músicos
atrás do palco.
Percussionista - Magro com bracos longos, o percurssionista se gaba de
tocar 'mais de 20 instrumentos diferentes' e 'tirar música de qualquer
lugar', mas, por alguma razão incompreensível, sempre entra na hora
errada - 'culpa da orquestra que está arrastando o tempo' ele diz. Toca
bateria numa banda de garagem escondido e acha o Bolero de Ravel um saco,
mas sempre fica nervoso antes de apresentá-lo. Nos ensaios é sempre o
primeiro a ir para casa e nos concertos sempre o último e ainda fica
resmungando por
ter que 'desmontar' o 'equipamento'. Um cara legal que acha qualquer
sinfonia clássica 'cachê fácil' e jura que existe uma técnica especial de
se tocar triângulo.
Trompista - Um cara discreto. Não fala muito. Tem trauma de falhar notas,
por isso está sempre desmontando o instrumento para tirar a 'água'
durante o concerto. A parte do palco em volta da sua cadeira está sempre
molhada. É sempre o último a afinar o
instrumento antes do maestro entrar e, de vez em quando, ainda toca um
'Fazinho' durante os aplausos só para conferir. Está sempre olhando para
o fagotista para saber a hora certa de entrar: afinal não consegue contar
mais de 20 compassos em branco. Nunca reclama quando lhe chamam a
atenção, mas é quase certo que faz gestos obcenos com a mão que está
escondida no instrumento. Tem pesadelos antes de apresentações com
o concerto para piano de Tchaikowsky.